Vemos, ouvimos e lemos. Não podemos ignorar!

Pontes & Muros, 27 de maio de 2024

Pode? Não, não pode!

Mas qual é a dúvida? Como é que nos perdemos em contextualizações sem contexto algum? Teremos atingido o limite da decência? Não seremos capazes de nos afirmar sem ofender, desconsiderar, ridicularizar os outros? Não somos nós o outro dos outros? Não são as comunidades onde vivemos uma harmonia única que só funciona na perfeição se cada um de nós contribuir para o seu desenvolvimento e progresso? Alguém é mais ou menos pela cor da sua pele, pela sua orientação sexual, religião, instrução, ascendência ou língua?

Demasiadas perguntas, excessivas dúvidas num país com 50 anos de liberdade e com mais de 5 milhões de cidadãos a residir, em grande parte já nascidos, lá fora, a norte, sul, este e oeste do mundo. Sim, em todos os ‘cantos’ deste planeta há mesmo um português a afirmar a sua competência, a sua boa disposição, a sua resiliência, a sua tolerância. No país do “venham mais cinco”, de uma assentada só preferencialmente, do “enquanto houver estrada p’ra andar, a gente vai continuar” e do “em cada esquina um amigo, em cada rosto igualdade”… Faz sentido esta radicalização? Não, não faz! Não, não pode fazer!

A Lei, a Constituição, o Regimento, os regulamentos balizam-nos, criam as linhas vermelhas entre a liberdade e o caos, entre a decência, a delicadeza, o respeito e o crime. Se há um Deputado, um Serralheiro, um Pedreiro, uma Médica, uma Engenheira, um Zé Ninguém ou uma qualquer V.I.P. que não percebe isto… A solução não é desistir deles e refugiarmo-nos nos limites legais, num qualquer contexto ou enquadramento. Não… É tempo de dizer basta, e, sem medo das palavras, gritar “chega”!

Pois é… Nem mesmo o mais divertido de todos os direitos, o direito ao disparate, nos pode impedir de dizer “chega”!

Regresse-se à decência, ao respeito. Somos todos seres tão falhos, a quem a sorte dá tanto trabalho. Aproveite-se a oportunidade que nos dão para viver, na convicção de que, para isso, para o conseguirmos fazer de forma plena e bonita, não precisamos, mesmo, de espezinhar a vida seja de quem for!

Só assim construímos pontes! Vivendo com os outros. Todos os dias, todas as semanas. Hoje, mais uma. Para a semana, há mais. E a vida fica mais plena e bonita assim. Até lá.

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