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Pontes & Muros, 8 de abril de 2024

É o logótipo? Não! Mas já é imagem de marca.

Não quero passar o tempo focado em fait divers… Mas este desastroso início de governação a outra coisa não obriga! Por aqui afirmei que temos de ser tolerantes com as falhas do Luís, mas… Se provas fossem precisas para evidenciar a inexperiência e impreparação, não teríamos de escavar muito, nem de gloogar de forma demasiado insistente. Estas têm sido escancaradas e exibidas na primeira pessoa.

Foi apresentado como “um governo de trabalho, para uma mudança estrutural do país. Um governo humilde e de diálogo”. Algo repetido até à náusea, como quem conta uma peta vezes sem conta até acreditar nela. E é nesta farsa que se anuncia, com pompa e circunstância, a primeira decisão: a alteração do logótipo. A piada far-se-ia sozinha… Não fosse trágica a junção, na mesma frase, de “mudança estrutural do país” e “alterar o logótipo” como primeira decisão. 

É “simbólica”, dizem… Mas, no tempo das perceções, o simbolismo não é tudo? Que simbolismo terá, para as pessoas, esta primeira decisão (com elevado impacto financeiro) num tempo de tantos e tão grandes desafios? Sim, falharam e vão continuar a falhar, mas, ainda assim, a atitude tem de ser tolerante, negando o palco aos extremismos que se alimentam precisamente destes “simbolismos”.

Mas vamos ao que interessa… Ou seja, à governação e ao ímpeto do “deixem-nos trabalhar”. Por enquanto, a única “mudança estrutural do país” foi ter transitado de um otimista irritante para um arrogante lamechas. A ideia peregrina de que se pode dar tudo a todos só podia resultar nisto. Pois é… Afinal, não podemos. Até pode, hoje, haver dinheiro para acomodar todas as reivindicações. Mas, amanhã, ainda haverá? Claro que não! 

Enganaram, deliberadamente, o eleitorado e conseguiram, por 50 mil votos, num universo de mais de 6 milhões, ganhar. E agora?! Agora travam a fundo, evocam regras e agarram-se ao contexto geopolítico internacional. O tal contexto que, em tempos, disseram ser usado como “desculpa”. Agora carregam as intervenções de ‘ses’, ‘mas’ e ‘talvez’, ao mesmo tempo que, descaradamente, exigem o suporte da oposição. 

O país não precisa de um “deixem-nos trabalhar”. O país quer é um “vamos governar”. Só assim se constroem pontes. E uma já caiu ao falharem naquela que foi a única oportunidade de criarem uma boa primeira impressão. Não falhemos nós também e persistamos em destruir muros. Com tolerância. Porque essa, sim, tem simbolismo.

Até para a semana.

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